Igreja e Obama, qual o perigo?

Visita de Barack Obama a Bento XVI

Nesta semana foi reeleito o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama vencendo o republicano Mitt Romney. Diante da relação conturbada ao longo do ano entre Casa Branca e Igreja Católica, como fica a relação entre ambas com a reeleição?

Uma oração a Deus “para que o assista nas suas altíssimas responsabilidades para com o país e a comunidade internacional”. Deste modo, Bento XVI escreve uma mensagem ao presidente  reeleito para saudá-lo e, ao mesmo tempo, desejar que “os ideais de liberdade e justiça” que guiaram os antepassados “continuem a resplandecer no caminho da nação”. Há quem afirme que a mensagem traz, nas entrelinhas, a intenção de recordar e reafirmar a posição da Igreja quanto aos temas morais e éticos que motivaram grande discussão durante a campanha eleitoral. 

Em primeiro lugar, Pode-se compreender a posição de Bento XVI quando, em janeiro deste ano, recebendo um grupo de bispos norte-americanos, apoiou o comportamento interventista da Igreja norte-america contra a politica atual. Ao fazer-se ouvir enquanto defendia alguns aspectos da reforma do sistema de saúde como um ataque a liberdade religiosa que obrigaria os hospitais católicos, entre outros, a conceder preservativos, “pílula do dia seguinte”, e aborto aos seus dependentes. 

Em segundo lugar, para Josef Ratzinger os “valores não negociáveis” (direito a vida desde a concepção até o final natural, aborto, união homossexual, dentre outros) são imprescindíveis. Em julho de 2009, ao receber o então neo-presidente Barack Obama no Vaticano, presenteou-o com um cópia da instrução da Congregação para a doutrina da fé “Dignitas Personae” (dignidade humana), publicada no ano precedente abordando temas da bioética e da dignidade do ser humano desde o concebimento. Um presente pouco usual para uma visita diplomatica.

Alguns defendem a tese de que, seja na cúria romana quanto bispos norte americanos, esperavam por uma vitória do republicano Mitt Romney devido a aprovação da reforma di sistema de saúde que entrará em vigor em 2013 e obrigará igrejas e associações religiosas a conceder medicamentos e atendimentos contrário a sua identidade institucional. Bispos de todas as dioceses dos EUA se manifestaram contra o mandato, alertando que a decisão representa uma grave ameaça à liberdade religiosa. Mais de 100 instituições entraram com ações judiciais contestando o mandato federal.

Alguns dias após a vitória de Obama, os bispos norte-americanos lançam um site para defender os “valores não negociáveis”. Ainda que não seja um ataque direto a reeleição de Obama, segue a luta contra o dilema da nova lei contra a identidade católica das instituições sanitárias que não podem entrar em contradição ao aceitar as decisões legislativas dos governo e ao mesmo tempo não podem ir contra a lei.

Em mensagem à Obama, o presidente da Conferência dos bispos norte-americanos e arcebispo de Nova York, cardeal Timothy M. Dolan, afirmou: Nós continuaremos a defender a vida, o matrimônio e a nossa liberdade, primeiramente aquela mais querida, a liberdade religiosa” e destacou  a “grande responsabilidade” que o povo americano confiou ao presidente e garantiu-lhe as orações dos bispos norte-americanos.

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